sexta-feira, 30 de maio de 2008

Avaliação do desempenho???

Já vemos muitos assim...

Como certamente saberão, a avaliação do desempenho dos funcionários públicos decorre da lei nº 10/2004, de 22 de Março.

"O SIADAP visa o desenvolvimento coerente e integrado de um modelo global de avaliação que constitua um instrumento estratégico para a criação de dinâmicas de mudança, de motivação profissional e de melhoria na Administração Pública."

Na Câmara Municipal do Barreiro, apesar de ultrapassados os prazos estipulados pelo diploma, (mais vale tarde que nunca) procede-se neste momento a essa desejada avaliação.

Estes são os procedimentos previstos na lei:
Definição de objectivos, competências comportamentais e resultados a atingir, auto-avaliação, avaliação prévia, harmonização das avaliações, entrevista com o avaliado, homologação, reclamação e recurso hierárquico.

Para que conste, eu sou adepto do SIADAP. Certamente, todos defenderão que devem existir dinâmicas de mudança, motivação profissional e melhoria dos serviços.

O que já não é defensável, são os métodos utilizados...!

A quem serão atribuidas as classificações de Muito Bom e Excelente? Eu tenho umas ideias...

Quem são os avaliadores? Avaliam com que pressupostos? Com que coerência? Com que rigor e isenção? Que orientações receberam?

Acontece de tudo um pouco...
Quem demonstra profissionalismo, dedicação e empenho é mais penalizado!
Trabalhadores que são e sempre foram exemplares, não passam de uma classificação mediana, ou mesmo negativa!
Trabalhadores com determinada categoria profissional, a avaliar colegas com categoria superior e até técnicos superiores!
A auto-avaliação a não ser considerada!
Objectivos a serem traçados, sem que a descrição da missão da unidade orgânica esteja definida!

Enfim...o salve-se quem puder!!!

Uma certeza eu tenho, estas avaliações vão ser muito conturbadas...
Por aquilo que se ouve, as injustiças irão ser muitas e as reclamações também!
Fiquem bem!


5 comentários:

Ana Gomes da Silva - Capikua disse...

O que acabo de ler deixa-me imensamente preocupada.
Como passei a maior parte da minha vida profissional a avaliar competências, não posso deixar de ficar chocada com algumas das tuas afirmações, que contrariam e adulteram os fundamentos de qualquer processo de avaliação, seja qual for o seu contexto.

Avaliar pressupõe o conhecimento profundo, inclusivamente a nível técnico, dos processos que permitem atingir os objectivos traçados e ainda a participação de todos os elementos envolvidos no processo produtivo.

Nesta perspectiva, que consistência têm como “Avaliadores” indivíduos com formação académica inferior à dos avaliados?

Parece-me estar aqui a ser ignorado o facto de que nunca desenvolveram determinadas tarefas ou desempenharam determinados cargos, precisamente por falta dessas mesmas qualificações que têm agora a presunção de querer avaliar.

Ignorar a auto avaliação é outra pedrada no charco, isto para não falar nas passagens de bestial a besta…

Existem determinadas competências nomeadamente as competências técnicas, porque foram interiorizadas, e as próprias capacidades de liderança e de coordenação, porque são intrínsecas, que uma vez adquiridas dificilmente se perderão.

Pois…
Quem nunca teve não sabe como é…

Boa sorte a todos os que irão ser avaliados.
Vão precisar.

Ana Rocha

Anónimo disse...

Caro Carlos Duarte,

Faz pouco mais de um ano que escrevi algumas linhas sobre o tema da avaliação do desempenho no meu blog (http://contributos.blogspot.com/2007/04/o-doutor-mininistro-e-avaliao-do.html), as quais se mantêm bem actuais: A avaliação do desempenho foi, é e será um “flop” devido à forma como o assunto é tratado.

Nem mesmo as mais recentes alterações legislativas, as quais trazem algumas parcas melhorias, invertem a tendência do “flop” há muito anunciado. Na administração pública portuguesa (central, regional e local) anda muito boa gente entretida no novo jogo social «Vamos brincar às empresas?». O qual não é mais do que uma versão modernizada e “adultizada” do velho e popular jogo «brincar às mercearias» dos meus tempos de infância.

A actual aplicação do SIADAP não passa de outro jogo com muitas semelhanças a um célebre jogo popularizado em Portugal pela dupla «Parker / Majora»: O monopólio.

Anónimo disse...

Caros amigos!
Como a injustiça é muita, a insatisfação também é grande!
Existem colegas que anunciam demitir-se de cargos que exercem, outros pedem transferência, e ainda outros que dizem mesmo querer abandonar a Câmara Municipal seja de que forma for!!!
Sem palavras...
Vamos aguardar...as reclamações vão ser inumeras!
Carlos Duarte

Anónimo disse...

Exmo. Senhor:

A Administração local viu-se confrontada por uma lei - para a qual não contribuiu - de difícil implementação, e que consiste num embuste porque, apesar de nela se referir que visa a motivação e a diferenciação da excelência, na prática visa prejudicar a carreira dos funcionários públicos (como o senhor).

O problema está na lei.

Na Administração Central, se fizer uma ligeira pesquisa, ira concluir que não houve um único serviço que tenha cumprido os prazos (que são meramente indicativos, de resto) que constam nos diplomas legais.
Exorto-o a fazer essa perquisa.

O problema está na lei.

A Avaliação de Desempenho, tem servido, sobretudo, para prejudicar funcionários, perseguindo-os, sendo o procedimento utilizado muitas vezes como vendetta contra aqueles que mais reclamam das condições de trabalho, dos salários e do Governo.

Por outro lado, tem servido para premiar os labe-botas e os delatores dos colegas, que vivem parasitariamente à sombra dos barões: chefes de repartições, directores-gerais, presidentes de institutos, etc.

É a institucionalização do tachismo e do amiguismo. Do boys, dos delatores, dos esquemas e da apoderação do partido do governo do estado, transformando-a numa "máquina".

Nesse sentido, é inadmissível o que tem feito na administração central,pela mão do ps: a duplicação de funções, criando lugares de "confiança" nos gabinetes dos secretários de estado, dos directores-gerais e dos presidentes dos institutos, munindo-os de profissionais que vêm fazer o trabalho que antes era feito pelos funcionários dos serviços. Estes vão para a mobilidade especial, aqueles "ingressão" na Adm. Pública ao arrepio das regras legais e constitucionais.

O Siadap é a cereja no topo do bolo.

A institucionalização de um sistema de quotas, determinando-se, por "decreto" que, à parida, num serviço com 100 trabalhadores, só 5 podem ser excelentes e apenas 20 podem ser muito bom: estes e aqueles amigos dos chefes do partido.

Por que razão não podem haver 40 excelentes, ou muito bons? Para desmotivar os funcionários!

O que este governo tem feito, com a mobilidade especial, com a diminuição das prestações sociais, aumento da idade da reforma, reforma reduzida no ser montante, maior penalização da reforma anteciapada e determinações para "estancar" e impedir a aposentação por invalidez (a questão das juntas médicas) - entre outros - destina-se a vergar os funcionários, a "limpar" o estado desses "priviligiados", para depois, desregulamentadas as relações laborais, poder "externalizar" (privatizar) as funções sociais do estado cuja rendibilidade o justifique, em prejuízo de todos nós, utentes dos serviços públicos.

Tudo aquilo que a direita nunca teve coragem nem força para fazer.

O país está farto do ps, e o sr. e os seus "camaradas" vão ser muito bem corridos do poder, nas próximas eleições legislativas.

O povo não dorme.

JD

Anónimo disse...

e o pc também não e aproveita todas as portunidades que tem para fazer o mesmo nque critica aos outros e pelo que conheço da CMB realmente o SIADAP tem "servido para premiar os labe-botas e os delatores dos colegas, que vivem parasitariamente à sombra dos barões:" chefes de repartições, directores, presidentes , etc.

http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=10169